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Mudar: A história de Rita Fazenda

Mudar: A história de Rita Fazenda

“Viver mais devagar”, foi isso que Rita Fazenda, editora, ganhou quando trocou a cidade pelo campo. Arriscaria dizer que é a consequência natural desta mudança, seja em forma de desejo concretizado ou aprendizagem forçada (sei bem como estranhei os primeiros tempos de calma e silêncio).

Mas eu (autora do artigo) cresci na cidade, enquanto a Rita nasceu em Évora, há quatro décadas. E viveu até aos seus 17 anos no Redondo, onde ainda reside toda a sua família. Viveu, depois, em Lisboa durante 20 anos, com direito a tudo o que a “cidade grande” tinha para lhe dar. Mas as raízes ficaram sempre guardadas nos ares do Alentejo.

O seu percurso profissional passou por agências de comunicação e esteve nas Produções Fictícias, onde foi agente de humoristas, atores e guionistas. Contudo, o seu carinho pelo marketing acabou por perder para a sua grande paixão pelos livros. Trabalhou na Editora Objectiva (atual Penguin Random House), na Marcador Editora, do grupo Presença e mais, recentemente, ingressou no grupo Leya onde é editora em selos como a Oficina do Livro. Tem ainda a sua agência, a StorySpell onde vai trabalhando alguns projetos que lhe vão enchendo o coração, como a organização do Encontro Literário Arquipélago de Escritores, que tem lugar nos Açores.

Há já algum tempo que a Rita sentia uma enorme vontade de migrar da cidade para o campo. O cenário de aumento do valor das rendas das casas em Lisboa foi o empurrão que faltava. Cessou o contrato da casa arrendada onde estava, em Campolide, e vendeu uma casa própria, também localizada em Lisboa, na zona da Expo.

O processo, em plena pandemia por causa da Covid-19, foi simples, apesar do contexto complicado que o país vivia: documentação e empréstimo bancário. No entanto, apesar do contrato de promessa compra e venda ter sido feito na primeira semana do confinamento, a mudança e a escritura só tiveram lugar aquando de permitido sair de casa, no final de maio passado.

E afinal para onde se mudou? A “casa de campo” fica entre a praia e o campo, na zona de Ericeira/Mafra. Além de ser uma das suas zonas predilectas, está a poucos quilómetros do local de trabalho – o que é importante quando tem de ir ao escritório – e pode, finalmente, viver perto de alguns amigos.

A escolha da casa teve a ajuda de uma amiga profissional do ramo imobiliário. Depois de visitar seis casas, a Rita apaixonou-se. “Localiza-se numa aldeia muito calma, tem o tamanho certo, um jardim com espaço para uma hortinha, plantação de árvores, uma mesa para gargalhar e comer com amigos”.

Agora, já instalada, trabalha em casa, o que lhe permite ter tempo para disfrutar do local que escolheu para viver, e mais tranquilidade e concentração, ao contrário do que acontece muitas vezes nos escritórios da cidade. O facto de morar no campo, permite-lhe conhecer todos os trilhos de caminhadas e respirar a brisa do mar, a escassos minutos do novo lar.

Rita tem agora uma casa onde, tal como no Alentejo, pode ter um cão a correr pelo quintal, uma mesa para receber os familiares e amigos e vizinhos afáveis, que depressa a fizeram sentir parte de uma pequena comunidade. Estando rodeada de verde, as viagens até ao supermercado, à farmácia, ao hospital têm de ser todas feitas de carro (esta desvantagens que ambas sentimos na mudança para o campo), por isso, tenta ao máximo reunir tarefas que têm de ser feitas no exterior, e quando se desloca faz logo tudo.

A natureza, o silêncio, a paz, o tempo para estar com os amigos, o tempo para si própria. Uma nova casa, uma nova vida. A Rita quer agora aproveitar para tomar atenção a pormenores que a azáfama da cidade não lhe permitia, como fazer uma alimentação mais centrada nos produtos da terra onde vive.

É isto de viver com luz, ar, sol e tranquilidade. E ter tempo para viver mais devagar, seja lá isso uma vontade ou uma aprendizagem nesta decisão de trocar a cidade pelo campo.

Fonte: Catarina Beato by Idealista

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